segunda-feira, 27 de janeiro de 2003

MEMÓRIAS DE UM BARMAN - ÚLTIMO CAPÍTULO

A CARTA NA MANGA

Tudo parecia perdido. Humberto armou para mim e conseguiu me colocar na cadeia. Ao contrário do que parecia, eu não seria uma presa tão fácil assim. Eu tinha uma carta na manga, aliás, várias cartas na manga.

Em menos de uma semana comprei um telefone celular de um agente corrupto e comecei a por em prática meu plano de vingança.
Fiz alguns telefonemas e consegui um habeas corpus para responder o processo em liberdade.

Em duas semanas eu já estava livre. Pronto para dar um fim no investigador e na policial.

Durante alguns dias acompanhei todos os passos da policial Cristina. Ela sempre ia de carro do departamento de polícia para o seu apartamento no centro da cidade. Na quinta-feira resolvi espera-la na frente de seu prédio. Quando a garota se preparava para entrar no edifício eu a agarrei por trás, tapando a sua boca para que não gritasse e a arrastei até o apartamento, onde comecei o interrogatório:

- O que você tinha com aquele empresário que estava no Bar? Por que você saiu com ele??
- Você não entende! Eles me matariam se eu contasse!!
- E o que acha que eu vou fazer se você não me contar??
- Está bem. O Humberto é o cabeça da organização, eu envenenei o empresário para parecer que foi você!
- Mas por que eu?
- O seu amigo nunca quebrou o braço. Era preciso arrumar um bode espiatório e você tem histórico de distúrbios de personalidade, por isso seria a presa ideal. O Humberto sempre teve negócios com o seu amigo. O Bar era um dos maiores pontos de distribuição de cocaína da cidade, tudo era feito por ele, sob a coordenação do investigador.
- Mas e o senhor Atílio, por que assassina-lo?
- Acontece que o Atílio havia descoberto o esquema alguns dias antes de você começar a trabalhar lá. Ele ameaçou denunciar tudo e nós pedimos um prazo a ele. Nisso você entrou para substituir o seu amigo, que simulou ter quebrado o braço. Como o Humberto foi o cabeça de tudo ele o procurou na manhã seguinte ao crime.
- Então o Alfredo nunca me dedurou?
- Exatamente. Sabíamos que se você ficasse sabendo que alguém o tinha denunciado, você seria capaz de tudo.
- Vagabunda! - dei-lhe um tapa que a fez sangrar.

No dia seguinte, fui até a Promotoria promover um acordo. Eu havia gravado a conversa que tive com Cristina.

Eu entregava a fita e eles arquivavam o meu processo de assassinato contra Alfredo. Negócio fechado. Humberto e Cristina foram presos e condenados a 18 anos de prisão, sem direito a condicional.

Quanto a mim?

Alguém precisava assumir o comando da distribuição de drogas em bares. Ninguém melhor que um Barman.


Aguardo comentários!



quinta-feira, 2 de janeiro de 2003

MEMÓRIAS DE UM BARMAN - 4º EPISÓDIO

A PRISÃO DO BARMAN

As coisas estavam ficando feias para o meu lado. O investigador não saía da minha cola e a garota que tinha saído com o empresário naquela noite era da polícia.

Quando resolvi dar um fim em Alfredo, coloquei tudo a perder. Eu precisava encontrar uma saída, não podia mais ficar nas mãos de Humberto e Cristina...

Já passavam das 16 horas. Eu precisava tomar um banho e ir para o Bar. Esta seria minha úlitma noite lá, já que meu amigo Ricardo já estava bom do braço e deveria voltar ao trabalho ainda naquela noite. Saí de casa mais ou menos 17:30hs e fui para o trabalho.

Como estava adiantado no horário, aproveitei para saborear algumas delícias em uma confeitaria próxima ao bar. Procurei uma mesa próxima à janela, de onde era possível ver a rua e pedi uma fatia de rocambole de chocolate, acompanhado de um refrigerante.

Já restabelecido da tentação hipercalórica, me dirigi ao bar e ao entrar notei que o clima estava bastante estranho. A pouca luminosidade, as mesas ainda desarrumadas, e a casa completamente vazia, me faziam pressentir que havia algo errado.

Aquilo não era normal, já que a porta estava aberta, deveria ter alguém ali. Ao menos o senhor Atílio, que era o proprietário do bar.

Fui até a cozinha, um local bastante amplo que era dividido em 2 módulos: a entrada, onde tinham os balcões e o cookiecenter, onde eram feitos os aperitivos.

Quando entrei vi uma mancha vermelha espalhada pelo chão. Resolvi seguir a mancha e ao chegar no cookiecenter pude ver o corpo do senhor Atílio. Ele deveria ter cerca de 50 anos, tinha uma generosa barriga e era um sujeito bastante simpático. Ao seu lado estava um revólver cromado calibre 38 e uma grande poça de sangue.

De repente um barulho na entrada. Era possível escutar os passos - alguém estava se aproximando.
Sem hesitar peguei a arma e me escondi ao lado do balcão.

- Acabou. Você está cercado! Saia com as mãos para o alto e se entregue, ou iremos atirar.

Era a voz do investigador Humberto. Não reagi. Caminhei com as mãos para cima e o Humberto me algemou.

Parecia que estava tudo acabado para mim.
Mas eu ainda tinha uma carta na manga.


Mas isso é um assunto para o último capítulo